Friday, December 17, 2010

A esquina do relojoeiro / The clock shop's corner


Os visitantes habituais deste lugar já constataram que as cenas citadinas não são muito frequentes por aqui. Lá vai aparecendo uma ou outra, mas numa percentagem mínima em comparação com o que aqui se rabisca e pincela do mundo rural. Não é que não haja recantos fascinantes nas cidades, porque os há e muitos, mas quando se está visualmente familiarizado com eles desde há longos anos, como no caso deste vosso citadino amigo, a tendência é para apetecer explorar outros horizontes. É por isso que sempre digo, zombando de mim próprio, que se um dia me mudasse para o campo, por mais idílico que fosse o lugar, decerto passaria a pintar imagens de cidades. Como diz a conhecida canção, “estou bem onde eu não estou porque só quero ir onde eu não vou”.
Tanta divagação, e nem uma palavra sobre esta cena citadina... Bem, para dizer a verdade, este último parágrafo até tem algumas.
Frequent visitors already nticed that cityscapes are not very common here. There may be one or two sometimes, but a small percentage if compared with all the scribbled and brushed countryside. Not that there aren't fascinating places in cities, because there are many, but when they're visually familiar for many years, as happens to this city dweller friend of yours, the tendency is to desire to explore other horizons. That's why I always say, mocking myself, that if one day I happened to move to the countryside, no matter how idyllic the place would be, I would start painting images of cities. As the old song says, "I'm fine where I'm not, 'cause just wanna go where I don't."
So much digression, and not a word about this city scene ... Well, to tell the truth, this last paragraph has a few.
Papel Fabriano Artistico cold pressed 12,5x18cm - 300g/m2 (5"x 7" – 140lb)
Disponível aqui / Available here

9 comments:

Lefrontier said...

Excelente trabalho nas grades sda sacada ena calçada portuguesa!! (é uma estreia?) Pessoalmente tenho um acrílico "pendurado" há montes de tempo porque não me "atrevo" a começar a calçada de cubos... Claro está que me fartop de mirar e remirar as do amigo Paulo para ver se aprendo alguma coisa :))

Paulo J. Mendes said...

É mais fácil do que parece, amigo Eduardo, pelo menos no que toca à minha forma de trabalhar, pois nada sei sobre a difícil técnica do acrílico. Requer apenas um pouco de paciência para executar os espaços entre os cubos... É mais aí que reside o segredo do que nos cubos em si. Um dia destes talvez faça um "post" a explicar o meu método, é algo que já tenho pensado.
Um abraço!

Isabel P.Lima said...

Me encanta el relojero asomando detrás del mostrador,el reloj de cuco,el gato blanco en brazos de su dueño...solamente decir que no estoy de acuerdo con la frase de la canción:yo vivo en el campo y no deseo vivir en otro lugar.
Felices festas.

Paulo J. Mendes said...

Creo que estoy de acuerdo, Isabel. Si viviera rodeado de la belleza verde del campo galego, también no quería estar en otro lugar :))
Buenas fiestas!

Paulo J. Mendes said...

Obrigado :))

Julio Rodrigues said...

E eu posso-me identificar muito bem com "estaria bem onde eu não estou".
Bonita cena, e bom fim de semana.

Paulo J. Mendes said...

Mas mesmo estando onde está, desejo-lhe um excelente fim-de-semana e um abraço :)))

Luís Bonito said...

Uma aguarela não só pitoresca mas excelente, cheia de pormenores admiráveis. Ai a calçada!
A história? Escusado será dizer que a relojoaria do Sr. Honório, Tenório, ou lá o que for acabado em "ório" não fecha para almoço e parece que também vende jornais :-)
Feliz Natal e um grande abraço

Paulo J. Mendes said...

Não sei bem porquê, mas acho que um nome acabado em "ório" combina lindamente com uma relojoaria... Talvez por soar vagamente como "hora"?
Feliz Natal e um abraço!!!!