Wednesday, March 11, 2015
Santuário da Abadia / The Abadia Sanctuary
Aconchegado entre montes que anunciam a proximidade das serranias Geresianas, situa-se este belíssimo santuário que só descobri no final do Verão passado. E foi imediato o enamoramento!
Para além do templo, edifícios adjacentes e diversas capelas, todo o espaço se faz rodear por uma densa e verdejante mata atravessada por um rio de águas cristalinas e turbulentas. Ao percorrê-la, podemos encontrar uma velha ponte, alguns moinhos, imponentes penedos, árvores monumentais, inúmeros recantos com mesas e bancos convidando a uma pausa para descontrair, reflectir e, claro, desenhar. Tudo isto no concelho de Amares, a escassa vintena de minutos do lugar onde passo os meus dias. Que mais poderia querer?
Foi aqui que quebrei um longo jejum de passeios; Foi aqui que, desconfortável e hesitante, fiz a minha primeira tentativa “séria” de desenhar à vista, a que mais tarde daria seguimento em Braga. E foi aqui que regressei, num recente Domingo de Fevereiro, com a intenção de passar umas belas horas de caderno e aguarelas na mão.
Quis começar por uma vista geral do recinto, a partir de uns degraus que permitiam um interessante enquadramento. Num lugar tão pacífico e especial, e com os traços a fluírem agradavelmente no papel, estava a ter aquilo a que se poderia chamar um “momento sublime de desenho”... Até que aconteceu algo que deixou marcas bem visíveis nas montanhas em fundo, onde as aguarelas já se deixavam vassourar: Uma inoportuna chuva miudinha começou a cair...
Nestled between hills that seem to announce the closeness of the Gerês mountains, there is a gorgeous sanctuary I discovered only last Summer, and immediately fell in love with it!
Apart from the temple, adjoining buildings and several chapels, the area is surrounded by a dense, green forest crossed by a river of crystalline and turbulent waters. Walking through it we can find an old bridge, some mills, imposing rocks, monumental trees and countless corners with tables and seats inviting for a pause to relax, think, and of couse, to draw. And all of this in the Amares municipality, as little as a twenty-minute drive from the place where my days are spent. What else could I ask for?
It was here that I broke a long fast of small excursions; It was here that, uneasy and hesitating, made my very first “serious” attempt to sketch from life, later followed by others in Braga. And it was here that I returned in a recent Sunday of February, with the intention of spending a few nice hours with a sketchbook and watercolors.
Wishing to start with a general view of the place, I seated in some steps that allowed an interesting composition. In such a peaceful and special place, with the lines flowing pleasantly on the paper, I was having what can be called a “sublime sketching moment”... Until suddenly something happened that left its mark on the background mountains, where the watercolors were starting to let themselves broom: An inconvenient small rain started to pour...
De caderno nos joelhos, pincel numa mão, e na outra o guarda-chuva entretanto trazido do carro, lá consegui completar o trabalho num exercício de acrobacia apenas superado por esta não muito sucedida tentativa de enquadrar todos esses elementos na fotografia...
With the sketchbook on my knees, the brush in one hand and the other holding an umbrella meanwhile brought from the car, I could manage to finish the sketch in an acrobatic exercise only surpassed by this not very succeeded attempt to include all elements in the photo...
Acabada a tarefa, completei o passeio ritual pela mata. Com a chuva vinda para ficar, contudo, já só poderia desenhar em local abrigado; Tinha-me lembrado do interior da igreja, mas como estava a decorrer a missa dominical não me restou senão sentar-me tranquilamente debaixo da extensa colunata de um dos edifícios de apoio aos peregrinos, ao longo da qual existem várias mesas corridas, e ali ficar a desfrutar da atmosfera ancestral que só estes lugares conseguem ter, enquanto passava para o papel aquilo que tinha à minha frente.
A mata, as capelas, os moinhos, e o demais que daria para preencher várias páginas, tudo ficará para outra ocasião, mais soalheira se possível. Ou não tivesse este passado a ser mais um dos meus “lugares sagrados” ao qual haverá que regressar amiúde.
With my task accomplished, I took my ritual tour of the woods, but with the rain coming to stay, couldn't sketch but from a sheltered place. The church interior was an idea, but since Sunday Mass was taking place, there wasn't any option except seating quietly under a long collonate in one of the adjoining support buildings for pilgrims, across which there were several tables, and staying there, enjoying the ancestral atmosphere only these places can offer, while putting into paper whatever was in front of me.
The forest, the chapels, the mills and everything else with which many pages could be filled, shall be left for another occasion, sunniest if possible. After all, this became another of my “sacred places” to come back often...
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