Thursday, February 23, 2012

A porta verde - Sessão 2 / The green door - Session 2


Desta vez, foi uma sessão dedicada a uma zona específica do trabalho, mais propriamente a porta que lhe dá o título, recriando tanto quanto possível toda a ínfima “geografia” que o tempo foi escrevendo na sua vetusta madeira; Poderá parecer uma tarefa penosa e aborrecida... Nada mais distante da realidade: Acho-a extremamente relaxante e divertida, e não só não dou pelo tempo a passar, como me congratulo com a redescoberta destas boas sensações.
This time, it was a session dedicated to a specific area of the work: The door that gives it the title, recreating as far as possible all the tiny “geography” that has been writing by time in its venerable wood; This may look like a painful and boring task... Nothing could be farther from reality: I find it extremely fun and relaxing, and not only don't notice the time passing, as I also rejoice with the rediscovery of these good sensations.

Wednesday, February 15, 2012

A porta verde - Sessão 1 / The green door - Session 1


Publico hoje o resultado da primeira sessão dedicada a este projecto. Não são imagens com grande qualidade: Como estou a trabalhar com o papel ainda no respectivo bloco, muita luz passa pelo scanner dada a espessura daquele... Assim, forcei um pouco o contraste com a ajuda do meu modesto programa de retoque. Não fica perfeito, mas dá para ver, embora esta primeira imagem não tenha aparentemente grande coisa para mostrar; O pouco que há é, contudo, aquilo que sustenta toda o trabalho: São as linhas mestras, as formas básicas que funcionarão como referência para tudo o mais. Uma vez definidas, a régua deixa de ser precisa, ainda que posteriormente possa haver correcções. A partir daqui, começa o divertimento...
Today I post the result of this project's first session. Not much quality in these images: Since I'm working in an undetached paper sheet, lots of light enter the scanner due to the pad's thickness, so I had to force the contrast with my modest image manipulation program. Doesn't get perfect, but we can see the lines, although apparently there's not much to see in this first image; But these few basic traces are what will sustain all the rest: They are the master lines that will work as reference for everything else. Once defined, the ruler won't be no longer necessary, even if corrections may eventually take place later. The amusement starts here...



Uma vez definidas as linhas mestras e usando-as como pontos de referência, é altura de começar a detalhar, preenchendo o espaço com os inúmeros elementos, grandes e pequenos, que compõem a imagem. É aqui que começo a verificar que há sempre este ou aquele detalhe que não encaixa exactamente no sítio que devia encaixar, algo que não aconteceria se o desenho tivesse sido transferido ou copiado de outra forma que não a observação directa. São pequenas diferenças, muitas vezes só perceptíveis por mim, que acabarão “dissolvidas” à medida que o trabalho vai adquirindo a sua própria personalidade, e contra as quais não vale a pena lutar, uma vez que mexer numa implicaria mexer na que está ao lado, e assim sucessivamente.
Using the master lines as reference, it's time to start adding detail, filling the space with the countless elements, great or small, that compose the image. At this point I start noticing that there's always something that doesn't fit exactly the place it was supposed to fit, something that wouldn't happen if the drawing was transferred or copied in some way other than direct observation. These are small differences, often noticeable only by myself, that will end “dissolved” as the work acquires its own personality, and against which is not worth fighting, since it would imply moving also the next element, and so on...

Monday, February 6, 2012

A porta verde - Início / The green door - Beginning


Conforme escrevi no post de 2 de Fevereiro, tenho vindo a fazer uma experiência no sentido de retomar o tipo de aguarelas que pintei entre 2002 e 2006, e achei que seria interessante publicar uma demonstração passo-a-passo da evolução dos trabalhos.
Comecei por vasculhar o lote de fotografias de onde costumava escolher os motivos para pintar, em busca de algo que não fosse demasiado difícil para este recomeço, e decidi-me pela imagem acima, de uma simples porta verde. Trata-se de uma fotografia ainda “de rolo” ou analógica, pois ao tempo não possuía máquina digital. Ainda me resta uma caixa cheia delas, mas creio que no futuro, e sempre que a oportunidade se proporcionar, irei usar fotografias “frescas”.
As written in the post of 2nd February, I've been making an experience in order to resume my watercolor series painted between 2002 and 2006, and thought that it would be interesting to post a step-by-step demo of the work in progress.
I started with a search in a photo pile of that period, from which I used to choose the subjects to paint, looking for something not so difficult for this re-start, and decided myself for the photo above. It's still an old 35mm analogical photo, since I didn't have a digital camera at the time; I still have a box full of these photos but I'm thinking, as far as I have the chance, to use fresh new ones in the future.



Aqui temos tudo o que é necessário para o início dos trabalhos. Não podia ser mais simples: Um bloco de papel Fabriano, um lápis sempre bem afiado, o respectivo afiador, borracha e uma régua para os primeiros traços.
Ao contrário dos meus trabalhos actuais, nos quais o desenho é feito separadamente a partir do esboço e depois transferido para o papel de aguarela num processo que em tempos expliquei, aqui é tudo feito a “olhómetro” e desenhado directamente no dito papel. O papel de aguarela não é especialmente indicado para o desenho, sobretudo neste caso em que muita coisa irá ser riscada, apagada e corrigida, para não mencionar a gordura de que fica impregnado devido ao frequente contacto da mão com a sua superfície, mas eu gosto de trabalhar assim, tal como gosto de tirar proveito dos efeitos aguarelísticos imprevisíveis e interessantes que essa mesma gordura proporciona...
In the second photo, there's all we need for now. Couldn't be simpler: A Fabriano watercolor paper pad, an always well sharpened pencil, its sharpener, an eraser and a ruler for the first lines.
Unlike my current works, in which the drawing is made apart over a sketch and then transferred to the watercolor paper in a process I explained before, everything here is done straight from observation, and drawn directly in such paper. Watercolor paper is not intended to be used for drawing, especially in this case when many lines will be drawn, erased, re-drawn, corrected, not to mention the grease impregnation due to the frequent contact of my hand with the paper surface, but I like to work this way, as well as taking advantage of some unpredictable and interesting watercolor effects provided by that same grease...

Thursday, February 2, 2012

Alguns trabalhos antigos / Some older works


Entre 2002 e 2006, pintei cerca de quatro dezenas de trabalhos deste género: Velhas casas em ruínas ou para lá caminhando por mim fotografadas em lugares onde o trabalho ou o lazer me levavam. No formato aproximado do A4, eram maiores do que os meus trabalhos actuais, e com um grau de detalhe bastante avançado. Mais do que as fachadas em si, interessava-me sobretudo o caos visual formado pela fascinante diversidade de superfícies e materiais onde o tempo ia escrevendo a sua implacável história.


Em 2005, durante uma fase mais intensa da minha vida profissional, este projecto foi abrandando até terminar no ano seguinte... Agora, surge de repente a vontade de o retomar em complemento dos trabalhos actuais, saltando entre uns e outros à medida da minha inspiração, e introduzindo assim uma novidade para mim refrescante na rotina habitual.
Sendo estes mais demorados e exigentes sobretudo no que toca ao desenho, restava apenas saber até que ponto a minha mão estava “enferrrujada”, e para isso nada como uma experiência... Constato com alegria que para já os resultados são positivos, e vou colocar em breve uma demonstração passo-a-passo desde o princípio até ao final.


Between 2002 and 2006, I painted about four dozen works of this kind: Old houses ruined or on their way to dereliction, from photos I took in places where labour or leisure used to take me. In an approximate A4 size, they were bigger than my current works, and with a fairly advanced degree of detail. More than the houses themselves, I was especially interested in the visual chaos formed by the fascinating diversity of materials and surfaces in which the time was writing its relentless story.


In 2005, during a more intensive period of my professional life, this project started to slow down until it ended the following year... Now suddenly, the desire to resume it arises as an addition to my current work, jumping between them according to my inspiration, and thereby introducing some refreshment to the usual routine.
Since these are more time-consuming and demanding, especially in what concerns to drawing, I just had to see the extend to which my hand was “rusty”, and nothing like an experience for that... I notice with joy that so far the results are positive, and a step-by-step demo will be posted soon.